segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Infecção Hospitalar















Anemia Hemolítica
















O TÉCNICO DE ENFERMAGEM NO PROCESSO DE HUMANIZAÇÃO E CUIDADO NO PÓS-PARTO

Danielle Soares Barbosa[1]
Kethlen Augusta Teixeira Tavares[2]
Rosilene Barbosa Assunção[3]

RESUMO: O grande desafio do técnico de enfermagem no momento atual é reconstruir o seu saber-fazer, buscando novas interpretações sobre o cuidar, buscando novos conhecimentos, práticas e reflexões. Dessa forma, o profissional pode perceber a necessidade de se ter a humanização como ponto primordial para um cuidar adequado. Este estudo, baseado em levantamento bibliográfico, vem mostrar a importância do processo de humanização e cuidado no pós-parto e o envolvimento do técnico de enfermagem nesse processo. O puerpério é um período de grandes alterações na mulher em seu âmbito social, físico e psicológico. Compreende o período do ciclo gravídico-puerperal em que as modificações causadas pela gestação retornam ao estado pré-gravídico. A assistência centrada nas necessidades da mulher deve ser baseada não apenas em procedimentos e normas pré-estabelecidas, mas na valorização da individualidade, visto que o ser humano possui características específicas que devem ser respeitadas e valorizadas.
PALAVRAS-CHAVES: puerpério, cuidado, humanização e técnico de enfermagem.
ABSTRACT: The major technical challenge of nursing at the moment is to rebuild your know-how, seeking new interpretations of caring, seeking new knowledge, practices and reflections. Thus, the trader can see the necessity of having the humanization as a primary point for appropriate care. This study, based on literature, goes to show the importance of the process of humanization and postpartum care and involvement of the practical nurse in this process. The puerperium is a period of great changes in women in their social, physical and psychological. Includes the period of pregnancy and childbirth in which the changes caused by pregnancy returned to pre-pregnancy state. Assistance to the needs of women should be based not only on procedures and pre-established norms, but in appreciation of individuality, since the human being has special characteristics that must be respected and valued.

KEY WORDS: postpartum, care, humanization and technical nursing.

INTRODUÇÃO
            Sabe-se que o baixo investimento em qualificação profissional contribui com a falta de comprometimento de alguns profissionais em relação às práticas de saúde e aos usuários. Os modos de atenção são, geralmente, baseados na queixa-conduta, o contato entre trabalhadores e usuários é automatizado e o olhar torna-se voltado para a doença não estabelecendo o vínculo que constitui o ato de saúde (BRASIL, 2004).
O debate sobre os modelos de gestão e de atuação, aliados aos de formação dos profissionais de saúde e nos modos com que o controle social vem se exercendo, é, portanto, necessário e urgente. Necessário para que possamos garantir o direito constitucional à saúde para todos, e urgente porque tal debate é uma condição para viabilizar uma saúde digna para todos, com profissionais comprometidos com a ética da saúde e com a defesa da vida.
BRASIL, 2004
Por isso, houve a necessidade de uma política almejada para a humanização e foi criada a Política Nacional de Humanização voltada para a área da saúde, e ela veio como uma política transversal, para que sejam ultrapassadas as barreiras dos diferentes núcleos de saber que devem apontar para a construção de trocas solidárias e comprometidas com a produção da saúde. Porém, deve-se tomar cuidado para não banalizar as atitudes propostas por uma Política de Humanização na área da saúde, já que as iniciativas se apresentam associadas a atitudes filantrópicas, voluntárias e reveladoras de bondade.
No período de pós-parto, a mulher fica muito vulnerável, sensível e cansada, necessitando de ajuda não somente para se recuperar fisicamente do parto, mas principalmente para se equilibrar emocionalmente. É para este momento que o técnico de enfermagem precisa estar preparado, pois não vai cuidar apenas das feridas, infecções e dores físicas da mãe, ele deve estar preparado para lidar com a ansiedade, o medo e o receio que surgem na puérpera.
 Além dos cuidados com a criança que acabou de chegar, a parturiente também precisa de atenção, orientação e apoio na sua recuperação pós-parto, principalmente porque as complicações são comuns neste momento. Aqui a enfermagem tem um papel muito importante, pois tem preparo técnico e científico para desenvolver todos os cuidados necessários a recuperação e prevenção de possíveis complicações (BARROS, 2006). Por isso, é necessária uma assistência de enfermagem de qualidade para tentar minimizar as intercorrências que ocorrem no puerpério.

OBJETIVO GERAL: compreender a atuação do técnico de enfermagem no processo de humanização e cuidado no puerpério.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
·         Ponderar sobre as propostas da Política Nacional de Humanização;
·         Verificar de que forma os técnicos de enfermagem podem colaborar com a recuperação da mulher no pós parto.

METODOLOGIA
            A metodologia utilizada para a construção deste estudo foi o levantamento bibliográfico.


DESENVOLVIMENTO
            Durante a gravidez, a mulher sofre várias transformações físicas e emocionais. A fase do pós-parto é chamada de puerpério, conhecido popularmente por “quarentena” ou “resguardo”, mas, apesar de ser chamado de quarentena, esse período varia porque vai desde o parto até o retorno a função reprodutiva da mulher, ou seja, até ela voltar a menstruar. O puerpério é dividido em três fases:
·         Do primeiro ao décimo dia: puerpério imediato;
·         Do décimo ao quadragésimo quinto dia: puerpério tardio;
·         Além do quadragésimo quinto dia até a primeira ovulação: puerpério remoto.
Normalmente, a primeira menstruação após o parto em mulheres que não amamentam ocorre entre 6 e 8 semanas após a dequitação [saída da placenta]. Já em mulheres que amamentam, esse período aumenta e pode acontecer depois de 6 a 8 meses. As mudanças físicas, fisiológicas, psíquicas e emocionais são muito visíveis nessa fase.
            A alta hospitalar deve acontecer a partir de 48h para parto normal e 72h para parto Cesário, caso o estado da mãe e da criança seja saudável e com o aval do obstetra e neonatologista.
            Dentre as mudanças ocorridas no corpo da mulher no pós-parto estão: diminuição gradual do volume do útero que, durante a gravidez, aumenta em até 50 vezes o seu tamanho normal, região do períneo edemaciada e cianosada [desaparece até o final do puerpério], aumento das mamas que estarão aptas a amamentar. Também ocorrem mudanças psicológicas e emocionais. Nesse período a mãe fica muito sensível, pois todos os sentimentos se misturam. Alegria, medo, felicidade, insegurança e ansiedade são alguns dos sentimentos que vêm à tona e a mulher cria dúvidas sobre o seu cuidado com o bebê. Ela não sabe se vai saber cuidar da criança, se vai produzir leite suficiente para alimentá-lo, se o seu leite é “forte”, se vai conseguir ser mãe e mulher ao mesmo tempo. Ela sente-se cansada, incapaz, sozinha [mesmo com a colaboração de um companheiro]. Se esses sentimentos forem suficientemente fortes a ponto de atrapalhar o curso normal de sua vida e impedi-la de cuidar da criança, é possível que a mãe esteja desenvolvendo depressão pós-parto.
É o profissional de enfermagem quem está qualificado para prestar assistência a puérpera para que esta tenha uma boa evolução de seu quadro. E como é ele quem tem uma relação mais próxima com a mulher durante o ciclo gravídico-puerperal, tem um importante papel nos programas de educação em saúde. É esse profissional que ajuda a gestante a se preparar para o aleitamento, por exemplo.
Os cuidados oferecidos a mãe no pós-parto têm como finalidade avaliar a situação da mulher e do recém-nascido, orientar sobre planejamento familiar, identificar estados de riscos, avaliar o retorno às condições pré-gravídicas, colaborar na interação mãe e filho e encaminhá-los a assistência adequada.
Para assegurar que todas as expectativas da mãe e necessidades do bebê sejam atendidas, é preciso uma interação maior entre a equipe multiprofissional e que ela esteja atuando junto à puérpera e seu filho, e devem se instrumentalizar com conhecimentos técnicos e científicos atualizados. Porém, esse trabalho não se resume a aplicação de técnicas operacionais. O profissional de enfermagem deve estar inserido num processo muito maior: o de envolvimento humanizado com a mulher no pós-parto.
Por esse motivo, houve a necessidade de se criar uma política voltada para o cuidado, o acolhimento do usuário de saúde. Mas, essa política não poderia unicamente ser voltada para o usuário. Pensou-se também no profissional de saúde em todas as suas vertentes. Neste sentido, tomar a saúde como valor de uso é ter como padrão na atenção o vínculo com os usuários, garantir os direitos dos usuários e seus familiares e ter melhores condições para que os profissionais efetuem seu trabalho de modo digno e criador de novas ações e que possam participar como co-gestores de seu processo de trabalho.
Foi então criada a Política Nacional de Humanização, o HumanizaSUS, que sustenta que a prática do cuidado se efetiva pelo encontro entre sujeitos, escutando e atuando uns com os outros, acolhendo intenções e expect6ativas e privilegiando a construção coletiva de uma experiência comum, solidária. Neste contexto, humanizar é oferecer atendimento de qualidade articulando os avanços tecnológicos com acolhimento, com melhoria dos ambientes de cuidado e das condições de trabalho dos profissionais.
É nessa lógica que o técnico de enfermagem deve focar no acompanhamento da puérpera e do recém-nascido, tomando cuidado para que a humanização não seja resumida apenas ao chamar a pessoa pelo nome, mas observá-la como um ser humano na sua totalidade, com suas expectativas, medos, crenças, trazendo-a a um papel de protagonista da sua história, colaborando para que ela também atue no seu auto-cuidado.
As atividades de prevenção e promoção de saúde fazem parte do papel da equipe de enfermagem, por isso é importante investir em atividades como palestras, grupos de apoio e aconselhamento a fim de intensificar as ações promovidas durante o período de pós-parto hospitalar. O técnico de enfermagem também atua nesta prática, pois é que está mais próximo das puérperas. Por isso é importante a constante busca desses profissionais por conhecimento e capacitação, pois é isso que fará com que a relação entre o profissional e a usuária seja voltada verdadeiramente para a promoção da saúde.
O papel do técnico de enfermagem consiste em prestar os cuidados necessários para a mãe e a criança para que minimizem os anseios e medos da mulher e promovam um ambiente saudável para a adaptação física e emocional dela, da sua condição de gestante para a nova condição de puérpera, sempre considerando a pessoa como um todo. Assim, um atendimento humanizado significa direcionar toda a atenção às necessidades da parturiente, levando em consideração suas escolhas e seus receios. O profissional de enfermagem precisa estar capacitado para se envolver nessa relação a fim de acolher e atender a puérpera de forma mais humanizada, pois é no momento da maternidade que a mulher se encontra mais vulnerável e sensível.
O profissional de enfermagem não pode esquecer que também é humano e merece atenção humanizada. Por isso, a Política Nacional de Humanização prevê ações voltadas para a melhoria do processo de trabalho e valorização do profissional de saúde. Os profissionais, juntamente com a comunidade, devem reivindicar a implantação de políticas públicas destinadas ao acolhimento e atendimento das necessidades do usuário e de suas próprias necessidades. “Sujeitos sociais, quando mobilizados, são capazes de transformar realidades transformando-se a si próprios nesse mesmo processo.” (BRASIL, 2004)
O processo de humanização não significa mais uma técnica ou conhecimento a ser aplicado. É, sim, o respeito e compreensão ao outro como um todo, não só corpo e emente, mas como o seu ambiente social, econômico, cultural e físico no qual vive. É preciso que os técnicos de enfermagem estabeleçam novas formas para o relacionamento dos diversos sujeitos envolvidos na produção de saúde.
CONCLUSÃO
            Alguns acontecimentos indesejáveis podem atrapalhar o transcorrer do estágio do pós-parto, mesmo este sendo um processo fisiológico da vida feminina e reprodução humana. Por isso há a necessidade de uma equipe de enfermagem capacitada para lidar com possíveis complicações a fim de minimizar esses acontecimentos e facilitar a recuperação da puérpera. Deve-se considerar que humanizar o acolhimento não é apenas chamar a paciente pelo nome ou estar permanentemente sorrindo, mas sim compreender seus medos e angústias dando apoio e atenção necessários. A capacitação dos profissionais envolvidos na promoção da saúde é fundamental para um cuidar verdadeiramente humanizado. Assim, deve-se investir na produção de um novo tipo de interação entre os sujeitos que constituem o sistema de saúde e deles usufruem, acolhendo-os e permitindo que eles atuem como colaboradores no seu processo de restabelecimento. No caso da mulher no pós-parto, o técnico de enfermagem deve estar atento aos indicativos de complicação que são muito comuns no período puerperal, como por exemplo: hemorragia, infecção nos órgãos genitais, mastite, entre outras.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARROS, S. Enfermagem no ciclo gravídico puerperal. 27 ed. Barueri-SP: Manole., 2006.
BRASIL. Ministério da Saúde. Manual técnico. Parto, aborto e puerpério: assistência humanizada a mulher. 2 ed. Brasília: Febrasgo. 2003.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria-Executiva. Humanizasus:política nacional de humanização: a humanização como eixo norteador das práticas de atenção e gestão em todas as instâncias do SUS. Brasília: Ministério da Saúde, 2004.
CANTO, J. et al. A importância da humanização durante o pré-natal e purpério. Disponível em: http:www.webartigos.com/articles/10840/1/a-importancia-da-humanizacao-durante-o-pre-natal-e-puerperio/
RODRIGUES, B. Cuidados no pós-parto. Disponível em: http://guiadobebe.uol.com/cuidados-no-pos-parto/
RODRIGUES, B. Parto humanizado. Disponível em: http://guiadobebe.uol.com/parto-humanizado/
RODRIGUES, B. Quarentena: mitos e verdades. Disponível em: http://guiadobebe.uol.com/quarentena-mitos-e-verdades/
SOUZA, A. et al. Depressão puerperal: humanização da assistência na perspectiva do ‘cuidar’ em enfermagem. Revista digital. Buenos Aires, 2010. Disponível em: http://www.efdeportes.com?efd147/depressao-puerperal-humanizacao-da-assistencia.htm


[1] Aluna do curso técnico de enfermagem do Instituto de Formação Integrada Albert Einstein, turma 021.
[2] Aluna do curso técnico de enfermagem do Instituto de Formação Integrada Albert Einstein, turma 021. Email: ket.tavares@hotmail.com
[3] Aluna do curso técnico de enfermagem do Instituto de Formação Integrada Albert Einstein, turma 021. Email: rosilene_b.a@hotmail.com

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