- Mito nº 2: As pessoas mais velhas são todas iguais. O envelhecimento depende de vários fatores genótipos e fenótipos, como sexo, origem étnica e cultural, localização demográfica, aspectos climáticos, tamanho familiar e experiências vivenciadas.
- Mito nº 3: Os homens e as mulheres envelhecem da mesma forma. O envelhecimento atinge os homens e as mulheres de forma diferenciada nos vários aspectos: biológicos, psicológicos, sociológicos e espirituais. Destaca-se que as mulheres vivem mais do que os homens.
- Mito nº 4: Os idosos são frágeis. Longe da fragilidade existem idosos que se mantém ativos, em boa forma física.
- Mito nº 5: Os idosos nada têm a contribuir. O fator mais importante para a existência desse mito é a concentração da mão-de-obra nas pessoas mais jovens, mas existem setores nas empresas que permitem às pessoas deficientes e idosos serem produtivas do ponto de vista econômico.
- Mito nº 6: Os idosos são um ônus econômico para a sociedade. O enorme número de cidadãos que viverão até idades avançadas e o conseqüente debate sobre o papel do Estado na previsão de segurança e atenção à saúde aos seus cidadãos, contribuíram para a origem deste mito.
Além dos fatos e mitos já relatados, a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (2004), descreve outros que são o mito dos conceitos, o mito das terapêuticas, o mito da cidadania e o mito das doenças. O mito dos conceitos se sub-divide em outros seis, que são:
1 - Velhice e doença são a mesma coisa. Comorbidade.
2 - Todos envelhecem da mesma forma. Heterogeneidade.
3 - A doença é a mesma em qualquer pessoa. Fragilidade, suscetibilidade e apresentações atípicas.
4 - O idoso volta a ser criança. Tratar velho é igual a tratar criança.
5 - É fácil cuidar do idoso. Achismo, infantilização e idiotização.
6 - A velhice é a melhor idade.
Os mitos das terapêuticas perfazem outros sete, que são:
1- É possível impedir ou retardar o envelhecimento.
2- Não é possível a atividade física.
3- A dieta deve ser restrita.
4 A Importância da Atividade Física para a Saúde
Ao longo da história, a atividade física sempre esteve presente na humanidade, associado a um estilo de época. Isso destaca a grande importância da prática de atividades físicas regulares junto com a dieta adequada e hábitos saudáveis.
Pode se verificar que o exercício pode ser a fonte da juventude se praticado com regularidade e de forma correta. Os efeitos benéficos do condicionamento físico dependem de vários fatores como o estado de saúde do indivíduo, tipo de condicionamento físico, motivação, regularidade dentre outros (LEITE, 1996).
Para conseguir os efeitos da atividade física, é muito importante a participação contínua e regular nos programas de aptidão física. Os benefícios da atividade física, segundo Moreira (2001), são:
- Melhoria do bem estar geral;
- Melhoria da saúde física e psicológica;
- Ajuda na preservação do viver independente;
- Ajuda no controle do estresse e obesidade;
- Ajuda no controle de doenças como diabetes;
- Redução no risco de doenças cardíacas;
- Ajuda a minimizar as conseqüências de certas incapacidades;
- Ajuda a modificar perspectivas estereotipadas da velhice.
4.1 EXERCICIOS PARA AS PESSOAS DE IDADE
Em idosos sedentários que iniciam um programa de atividades, deve-se começar com a zona alvo de treinamento, seguindo as respectivas zonas. A zona alvo de treinamento baseia-se na porcentagem da freqüência cardíaca máxima estimada. Utiliza-se a idade para determinar a zona, tendo em vista que a freqüência cardíaca diminui com a idade. Existem seis diferentes zonas de treinamento que correspondem a níveis de intensidade, mecanismo de transporte metabólico e respiratório e índice de esforço de treinamento (MOREIRA, 2001).
Qualquer tipo de treinamento aeróbico precisa de uma prescrição de treino correta para que os objetivos apareçam e os resultados sejam alcançados. E para isso precisa-se descobrir a zona alvo de treinamento do indivíduo, que é o melhor parâmetro para se seguir e ter certeza de que se está trabalhando satisfatoriamente.
Para se saber a zona alvo terá que ser descoberta antes a freqüência cardíaca máxima (FCM) do indivíduo; Segundo Marins e Giannichi (1998), a fórmula é 220 - idade. Porém em estudos recentes.
Marins e Giannichi (1998) afirmam que pela tabela de Cooper se o nível de aptidão física for bom ou superior se trabalha a 65% até 85% da FCM, entretanto se for fraca ou regular se trabalha a 55% até 80% da FCM.
De acordo com Leite (1996), vários estudos realizados com idosos afirmam que a atividade física pode proporcionar inúmeros benefícios orgânicos e psicossociais, desde que o programa de exercícios seja praticado com motivação, segurança e de forma prazerosa. Um programa inadequado e mal elaborado pode trazer sérias complicações à pessoa que a prática.
Portanto, a prática do exercício físico aeróbico se inicia com o nível de condicionamento físico atual e progride gradualmente até patamares mais elevados. Desse modo, a primeira coisa que se deve fazer é estabelecer esforços físicos envolvendo intensidade, duração, freqüência e o tipo de prescrição pela freqüência cardíaca ou pelo consumo máximo de oxigênio.
Não há dúvidas de que o aumento considerável da população de idosos ocorridos no Brasil e no mundo fez surgir uma série de problemas, mas também fez surgir à consciência de que medidas urgentes precisam ser tomadas sobre a população que envelhece.
A pessoa que envelhece sofre alterações e modificações fisiológicas, biológicas e culturais. No âmbito da cultura a velhice é um problema social que sofre com as modificações ocorridas no meio. O idoso vive cercado de preconceitos e tabus, produzidos por parte dos mais jovens ou dos próprios idosos.
O envelhecimento é processo complexo que envolve muitas variáveis como hábitos e estilo de vida e alimentação. A atividade física atua como minimizadora dos processos degenerativos que ocorrem no organismo que envelhece.
A atividade física é um instrumento usado na prevenção e no tratamento de diversas doenças que acometem o idoso, dando ao mesmo uma melhor qualidade de vida com mais independência e auto-estima por um período maior de vida. Os métodos utilizados para se trabalhar com os idosos ainda não foram muito pesquisados pelos educadores físicos, pois se trata de campo de trabalho relativamente novo.
O equilíbrio do sistema músculo-esquelético depende de fatores como uma alimentação adequada, terapia medicamentosa e exercícios físicos regulares. Manter a musculatura e seu tônus em seu estado normal é fundamental em virtude da dinâmica articular, cuja manutenção é essencial para o bom funcionamento das articulações com patologias.
O treinamento com pesos em idosos ajuda a manter os níveis de força e flexibilidade, que são grandes limitantes para a execução de tarefas diárias como subir ou descer de uma escada e levantar-se de uma cadeira, tornando o idoso incapaz, que o deixa fragilizado. Os exercícios com impacto contribuem para o desenvolvimento de massa óssea reduzindo assim o risco de fraturas em indivíduos idosos que constantemente são acometidos por quedas e fraturas que os levam ao óbito ou os deixam acamados por longas datas.
A prática de atividade física em qualquer grupo etário e principalmente em idosos deve ser trabalhada de forma que o indivíduo sinta prazer, alegria e bem-estar físico, e nunca como uma prática imposta e dolorosa, deve-se sempre respeitar os limites e a individualidade biológica de cada pessoa.
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