segunda-feira, 22 de agosto de 2011

ARTIGO CIENTÍFICO: TRATAMENTO DE PESSOAS ESQUIZOFRÊNICAS

PAPEL E IMPORTÂNCIA DO TÉCNICO EM EMFERMAGEM NO TRATAMENTO DE PESSOAS ESQUIZOFRÊNICAS.


Ana Gabrielly Costa dos Santos*
Iranildo Ferreira da Silva­**
Leliane dos Passos Barreto***

RESUMO
A esquizofrenia è um transtorno mental que dificulta a convivência do doente com as pessoas ao seu redor, causando sofrimento para ele e seus familiares, exigindo cuidados direcionados dos profissionais que atuam na área de saúde. Este presente estudo tem o objetivo de analisar os cuidados do técnico em enfermagem diante dos principais tratamentos realizados em pacientes esquizofrênicos. Além de determinar o perfil do paciente esquizofrênico; identificar as principais complicações desenvolvidas; determinar a assistência do técnico ao paciente. A esquizofrenia é uma doença crônica que afeta 1% da população mundial sendo um grave problema para a saúde publica, pois causa uma significativa incapacidade no paciente portador da doença. Os sinais e sintomas variam de paciente para paciente de diferentes graus e formas. A pesquisa apresentou abordagem qualitativa visando estudar a assistência do técnico em enfermagem prestada ao paciente esquizofrênico através de pesquisas bibliográficas e técnicas de coletas de dados utilizando entrevistas com técnicos em enfermagem que atuam na área.


ABSTRACT
Role and importance of nursing technicians in the treatment of schizophrenic people.

Schizophrenia is a mental disorder that impairs the patient´s interaction with the people around you, causing suffering for him and his family, requiring care targeted for professionals working in healthcare. This present study aims to analyze the nursing care of the technical from of the main treatments in schizophrenic patients. In addition to determining the profile of the schizophrenic patients, identify the major complications developed. Determine the technical assistance of the patient. Schizophrenia is a chronic disease that affects 1% of the world population is a serious problem for public health because it causes significant disability in a patient with the disease. Signs and symptoms vary from patient to patient in different degrees and forms. The research presented the qualitative approach to study the assistance of nursing technicians provided to schizophrenic patient through of bibliographic and technical data collection using interviews with nursing technicians who work in the area.


1.INTRODUÇÃO
A esquizofrenia é uma doença mental grave que afeta o pensamento, comportamento e as emoções do doente, produzindo estereotipo de louco, causando preconceitos e descriminações entre as pessoas que estão em convívio com o portador da doença. Além de ser um dos problemas de saúde publica da atualidade, exigindo consideráveis investimentos do sistema de saúde causando grandes transtornos para o portador e sua família.
Um número grandes de estudos mostram que a esquizofrenia está associada com uma difusão cerebral. Com esta difusão já esta presente em paciente jovens no surto da doença, supomos que ela não seja frequente na psicose em si o de seu tratamento, mas que resulte de um distúrbio cerebral durante a infância e a adolescência.
 Por isso é necessário conhecer a importância de observar os cuidados direcionados pelos profissionais de saúde aos pacientes esquizofrênicos deve-se a necessidade de melhorar a assistência ao tratamento desses pacientes. Por ser uma doença que limita o indivíduo, os pacientes esquizofrênicos necessitam de uma atenção integral.


2. Esquizofrenia
A esquizofrenia é uma doença funcional do cérebro que se caracteriza essencialmente por uma fragmentação da estrutura básica dos processos dos pensamentos, acompanhada pela dificuldade de estabelecer a distinção entre experiências internas e externas, é um transtorno cerebral que se manifesta de diferentes formas, por meio de pensamentos, emoções, percepções e comportamento. Podendo ter início na adolescência e no princípio da idade adulta. A doença atinge em igual proporção homens e mulheres, mas em geral iniciam-se mais cedo nos homens entre 15 e os 25 anos e em mulheres entre 25 e 35 anos. Por ser uma doença crônica, a esquizofrenia constitui um grave problema de saúde pública, pois se trata de uma das principais causas de incapacidade de pessoas do mundo. Segundo autor Dr. Marcos Lomba:
A esquizofrenia constitui um distúrbio psicótico psiquiátrico, caracterizando por um conjunto de síndrome em que ocorrem alucinações, delírios e perturbações do pensamento e do humor de longa duração. Trata-se de uma patologia de etiologia ainda desconhecida, causada por complexa relação, entre a predisposição genética (hereditariedade) e fatores ambientais, não havendo, portanto, uma relação com fatores orgânicos.
     A esquizofrenia às vezes é considerada como a mais devastadora das doenças mentais, porque seu inicio ocorre cedo na vida do paciente e seus sintomas podem ser destrutivos para o paciente, para sua família e amigos. Embora a esquizofrenia seja discutida como se fosse uma doença única, esta categoria pode incluir uma variedade de transtornos que se apresentam como sintomas comportamentais o algo similar. A esquizofrenia além de ser um transtorno psicótico também aborda sinais e sintomas que podem acarretar sérios problemas emocionais e psicológicos que variam de paciente para paciente. Segundo um dos mais importantes psiquiátricos que deu inicio ao estudo sobre a esquizofrenia Eugen Bleuler, “O termo esquizofrenia, que significa divisão da consciência, em referencia a um cisma teórico entre pensamentos, emoção, e comportamento.”
2.1 Sinais e sintomas
Os sinais e sintomas podem ser identificados através de diagnósticos clínicos ou percepção de mudanças no comportamento do paciente que ser caracterizados como o afastamento da realidade, idéias delirantes, julgamentos irreais, mania de perseguição, desinteresse, perda de iniciativa, perda da afetividade, alucinações auditivas, hipoatividade ou hiperatividade (desordem com agitações psicomotoras), desagregação do pensamento, isolamento do mundo e das pessoas a sua volta e paranóias. Segundo o autor Kaplan:
            Não é possível diagnosticar a esquizofrenia somente a partir de um exame do estado mental; a história passada é essencial para o diagnostico de esquizofrenia, os sintomas de um paciente individual mudam com o tempo. Necessário levar em considerações o nível educacional, a capacidade intelectual e filiações culturais e subculturais dos pacientes.

2.1.1 Sintomas positivos
 Sintomas positivos são aqueles em que o portador tem alucinações delírios desordem do pensamento e movimento.

·      Delírios: o indivíduo crê em idéias falsas, irracionais ou sem lógica. Em geral são temas de perseguição, grandeza ou místicos.
·      Alucinações: o paciente percebe estímulos que em realidade não existem, como ouvir vozes ou pensamentos, enxergar pessoas ou vultos, podendo ser bastante assustador ao paciente.
·      Discurso em pensamento desorganizado: o paciente esquizofrênico fala de forma ilógica e desconexa, demonstrando uma incapacidade de organizar o pensamento em uma seqüência lógica.
·      Expressão das emoções: o paciente esquizofrênico tem um afeto inadequado, ou seja, uma dificuldade de demonstrar a emoção que está sentindo. Não consegue demonstrar se esta alegre ou triste, por exemplo, tendo dificuldades de modular o afeto de acordo com o contexto, mostrando-se indiferente a diversas situações do cotidiano.
·      Alterações de comportamento: os pacientes podem ser impulsivos, agitados ou retraídos, muitas vezes apresentando risco de suicídio ou agressão, além de exposição moral, como por exemplo, falar sozinho em voz alta ou andar sem roupa. Positivos e negativos, tendo por finalidade dizer de maneira objetiva o estado do paciente, e como ponto de referência a normalidade. Os sintomas positivos são aqueles que não deveriam estar presentes como as alucinações, e os negativos aqueles que deveriam estar presentes, mas está ausente.
2.1.2 Sintomas negativos
Sintomas negativos são aqueles em que o esquizofrênico apresenta a perda ou diminuição na capacidade de iniciar planos, falar, expressar emoções ou encontrar prazer na vida cotidiana. Esses sintomas são difíceis de reconhecer como parte da esquizofrenia e podem ser confundido por preguiça ou depressão.
Falta de motivação e apatia - Esse estado é muito comum, praticamente uma unanimidade nos pacientes depois que as crises com sintomas positivos cessaram. O paciente não tem vontade de fazer nada. Os pacientes apáticos não se interessam por nada, nem pelo que costumavam gostar.
Embotamento afetivo - As emoções não são sentidas como antes. Normalmente uma pessoa se alegra ou se entristece com coisas boas ou ruins respectivamente. Esses pacientes são incapazes de sentir como antes. Podem até perceber isso racionalmente e relatar aos outros, mas de forma alguma podem mudar essa situação. A indiferença dos pacientes pode gerar raiva pela apatia consequente, mas os pacientes não têm culpa disso e muitas vezes são incompreendidos.
·      Isolamento social - O isolamento é praticamente uma conseqüência dos sintomas acima. Uma pessoa que não consegue sentir nem se interessar por nada, cujos pensamentos estão prejudicados e não consegue diferenciar bem o mundo real do irreal não consegue viver normalmente na sociedade.
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2.2 – Tipos de Esquizofrenia
A esquizofrenia pode ser classificada em subgrupos:
·      Esquizofrenia simples: caracteriza-se por um distanciamento no plano afetivo, isolamento, com perda de interesse e de iniciativa;
·      Esquizofrenia Catatônica: é uma acentuada perturbação psicomotora, que pode envolver imobilidade motora, atividade motora excessiva, extremo negativismo, mutismo, peculiaridades dos movimentos voluntários, ecolalia ou ecopraxia. A imobilidade motora pode ser manifestada por cataplexia ou estupor;
·      Esquizofrenia paranoide: caracteriza-se principalmente pela presença de delírios, de perseguição ou grandeza. Os pacientes esquizofrênicos paranoide geralmente são mais velhos do os pacientes esquizofrênicos catatônicos ou desorganizados, quando adoecem, ou seja, geralmente encontram-se no final da casa dos 20 ou na dos 30 anos. Os pacientes que chegaram bem até está idade geralmente estabeleceram um lugar e uma identidade para se próprio na comunidade. Os recursos de seus egos são maiores do que os dos pacientes catatônicos desorganizados.
Esquizofrenia indiferenciada: os pacientes claramente esquizofrênicos não podem ser facilmente encaixados em um dos outros tipos, geralmente por reunirem os critérios para mais de um tipo. Alguns pacientes esquizofrênicos agudos e excitados classificados na revisão da CID-9.
Esquizofrenia Residual: Esta categoria deve ser usada quando houver pelo menos um episodio de esquizofrenia mais quadro clinica que ocasionou a avaliação ou admissão em atendimento clinico apresenta-se sem sintomas psicóticos notáveis, embora os sintomas da doença persistam. Embotamento emocional, afastamento social comportamento excêntrico pensamento ilógico e leve afrouxamento das associações. Delírios ou alucinações, quando presente, não são proeminentes e não são acompanhados por afeto intenso, o curso deste tipo é crônico ou subcrônico.


2.2 Causas

Assim como muitas outras doenças mentais, acredita-se esquizofrenia seja uma combinação de fatores genéticos e ambientais. Todas as ferramentas da ciência moderna estão sendo usadas para descobrir as causas da esquizofrenia, mas não a definido que possa caracterizar essas causas.

2.3 tratamento

No tratamento da esquizofrenia é necessária a internação hospitalar para os casos mais graves, quando o paciente apresentar riscos a sua própria segurança ou a de terceiros (familiares, amigos, vizinhos, etc.), segundo o autor Kaplan:
Aproximadamente 50% de todos os pacientes com esquizofrenia tentam o suicídio, e 10% tem sucesso no internato durante um período de acompanhamento de 20 anos. As pessoas esquizofrênicas também têm uma alta taxa de mortalidade por acidente e causas naturais, um fenômeno não explicado por variáveis relacionadas às instituições ou ao tratamento.

As principais indicações de hospitalização são para a finalidade de diagnósticos, estabilização da medicação, segurança do paciente devido à ideação suicida ou homicida, o comportamento amplamente desorganizado ou inadequado, incluindo incapacidade para cuidar das próprias necessidades (por exemplo; comida, vestuário e abrigo). Uma meta primordial da hospitalização deve ser a de estabelecer uma ligação entre o paciente e os sistemas de apoio da comunidade. Introduzidos no começo dos anos 50 os medicamentos anticépticos revolucionaram o tratamento da esquizofrenia.


3. Importância do técnico em enfermagem para o tratamento de pessoas esquizofrênico.
O técnico em enfermagem tem suma importância para o tratamento da esquizofrenia, já que mesmo deve estar diariamente acompanhando o paciente hospitalizado no seu estado clinico, realizando procedimentos como a aplicação de medicamentos, avaliarem a capacidade do paciente de realizar atividade da vida diária, mantendo o ambiente seguro, reduzindo os estímulos, adotar uma abordagem consistente e de aceitação, é importante ressaltar que o técnico em enfermagem deve se adaptar as condições de cada paciente independente do seu estado clinico.
A avaliação das necessidades específicas e as ações de enfermagem são aplicadas de acordo com a individualidade de cada paciente e de cada família. Tendo assim uma reorganização dos sintomas dos pacientes e uma prevenção para futuros episódios, evitando a deteriorização definitiva que leva a incapacidade mental. Os técnicos de enfermagem que trabalham na área da psiquiatria esta fundamentada no relacionamento interpessoal técnico em enfermagem e paciente, no qual observa os aspectos biopsicossociais do ser humano. No aspecto biológico técnico em enfermagem observa efeitos colaterais da medicação e acompanha a saúde geral do paciente e de sua família.
As ações do técnico em enfermagem são:
·      Promover um entendimento e melhor aceitação da doença, levando assim a uma melhor adesão do tratamento, e uma melhor reabilitação social;
·      Estimular o paciente esquizofrênico de primeiro surto a usar recursos disponíveis na sociedade, como: trabalhos voluntários, atividades em grupos, exercícios físicos, lazer, entre comunidade;
·      Fazer aplicações medicamentos que possam auxiliar na recuperação do paciente;
·       Orientar o paciente e sua família sobre as características da doença, do tratamento e sobre os recursos disponíveis;
·      Manejar e coordenar sistemas de integração de cuidados que integrem as necessidades do paciente;
·      Atender a cada paciente individualmente.
Devemos ressaltar, no entanto, que os técnicos em enfermagem são importantes agentes de mudança de modelo no tratamento do doente mental de um aspecto manicomial e asilar para um tratamento ambulatorial, com o consentimento e participação do paciente, família e os profissionais.
De acordo com o Ministério da saúde, um setor do HC (hospital das clinicas) é um serviço de saúde aberto e comunitário do Sistema Único de Saúde (SUS). Lugar de referência e tratamento para pessoas que sofrem com transtornos mentais, psicoses, neuroses graves e demais quadros, cuja severidade ou persistência justifiquem sua permanência num dispositivo de cuidado intensivo, comunitário, personalizado e promotor de vida, realizando acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho, laser, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários.
O Hospital das clinicas (HC) é um serviço aberto criado para acolher os pacientes com transtornos mentais, assim como seus familiares. As pessoas maiores de 18 anos, que apresentam transtornos mentais leves, moderados ou graves e que necessitem de um acompanhamento multiprofissional podem ser atendidas a esse âmbito. Para tanto o HC conta com uma equipe profissional que trabalha de forma integrada. São eles: médico clínico, médico psiquiatra, enfermeiro, técnicos de enfermagem, terapeutas ocupacionais, farmacêuticos, assistentes sociais e psicólogos. O acompanhamento aos pacientes com transtorno mental é oferecido num espaço terapêutico onde busca entender e instrumentalizar o usuário desse serviço para o exercício da vida civil. Os profissionais que compõem a equipe multidisciplinar do HC nas árias psiquiátricas possuem diversas formações de nível superior e médio numa equipe composta por: Enfermeiro, Psiquiatra, Psicólogo, Terapeuta Ocupacional, Assistente Social, Farmacêutico, Auxiliar/ Técnico de enfermagem e pessoal de apoio (Auxiliar Administrativo, Cozinheira, Auxiliar de cozinha, Oficineira, recepcionista, Auxiliar de Serviços Gerais e Porteiro), que têm como finalidade normalizar e padronizar os procedimentos, condutas profissionais dentro do Centro de Atenção.
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3.1Abordagens da Pesquisa
O estudo apresentou abordagem qualitativa, pois buscamos estudar o papel e importância do técnico em enfermagem ao paciente esquizofrênico, bem como as principais dificuldades desenvolvidas pelos pacientes para o tratamento. Técnica de coletas de dados adotada. O estudo qualitativo traz subsídios necessários para alcançarmos os objetivos da pesquisa, uma vez que estaremos estudando o papel e importância de enfermagem ao paciente esquizofrênico.


CONSIDERAÇÕES FINAIS
A realização deste estudo tem o intuito de evidenciar o papel e importância do técnico em enfermagem para o tratamento de pessoas esquizofrênicas, mediante estudos e pesquisas que possam auxiliar o profissional a respeito de como lidar com portadores da esquizofrenia, para obter suporte teórico que oriente a prática da profissão, no sentido do cuidado eficaz e de qualidade, visto que este necessita de respeito, segurança, atenção continua e compreensão. Podendo também o técnico orientar a família sobre a importância do tratamento, estimular o paciente a socializar-se e buscar a compreensão e participação da família na vida desses pacientes.
Concluímos com esse trabalho que, qualidade de vida e importância do técnico em enfermagem promove um trabalho eficaz, fazendo com que seja evidenciada a importância e a qualidade de vida dos pacientes. O desenvolvimento das ações da equipe dos técnicos de enfermagem foi significante frente ao diagnóstico e cuidados.


REFERÊNCIA            
FERREIRA, Gilda Murta: dicionário brasileiro de saúde: 2ª Ed. São Caetano do  Sul, SP: difusão editora,2007.
KAPLAN, Haroldo: Compêndio de psiquiatria: ciências comportamentais – psiquiatria clinica: 7 ed. Porto alegre: artes médicas Sul, 1993.
LOMBA, Marcos: Saúde total: clinica médica: diagnostico tratamento e prevenção, Olinda: Ed. Dos autores 2010.
VARELLA, Dráuzio: Sobre esquizofrenia: disponível em HTTP: WWW.drauziovarella.com.br>acesso em 03 agosto de 2011.




                                                                                                                             

2 comentários:

  1. Gostei muito do estudo realizando.. Contribuiu muito para meu crescimento como profissional.

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  2. Gostei muito do estudo realizando.. Contribuiu muito para meu crescimento como profissional.

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